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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Amor de Deus pelos Perdidos

O Amor de Deus pelos Perdidos (Lc15.1-32)

O capítulo 15 consiste em três pará­bolas com um tema comum: O amor de Deus pelos perdidos. Jesus conta estas três parábolas em resposta à crítica feita pelos fariseus e escribas concernente a Ele receber publicanos e pecadores e ter comunhão à mesa com eles. Na opinião destes líderes religiosos, tais pessoas são “indesejáveis” e têm pouco valor aos olhos de Deus (cf. Lc 5.29-32; 7.34; 19.1-10). Eles acreditam que a separação entre pessoas boas e ruins deve ser preservada para que haja um senso apropriado de justiça. Nas parábolas, Jesus mostra a atitude do Pai para com aqueles que aceitam o convite do Reino: Ele se regozija com o arrependimento de um pecador. Eles também mostram a missão de Jesus como pastor, mulher e pai para buscar e salvar o perdido.

A Parábola da Ovelha Perdida (15.1-7). Jesus anunciou o julgamento sobre os fariseus e escribas (Lc 14.15-24). Eles devolvem a atenção reclamando que Jesus “recebe pecadores e come com eles”. Os líderes religiosos regularmente rejeitavam os pecadores como imorais e os tratavam como “imundos”. Agora as posições à mesa estão trocadas. Jesus é o anfitrião e em sua mesa Ele decide quem é adequado e “limpo”. Ele recebe como convidados publicanos e outros “pecadores”. Tais são as pessoas que Jesus convida para sua mesa e ao seu Reino. Os fariseus não entendem a missão de Jesus — salvar esse tipo de pessoas.

Jesus começa com um quadro que des­creve uma experiência comum de um pastor palestino. O pastor tem cem ovelhas, e uma delas se desgarra do rebanho e se perde. Quando ele conta as ovelhas ao término do dia, descobre que está faltando uma. O pastor ama tanto a ovelha que deixa as noventa e nove e vai à procura da ovelha perdida. Se não for encontrada, a ovelha pode morrer de fome ou ser morta por predadores, mas o pastor não permitirá que isso aconteça. Não poupando esfor­ços, ele procura até encontrá-la. Quando a encontra, ele alegremente a coloca sobre os ombros e a leva para casa. Querendo que outros tomem parte em sua alegria, ele convida os amigos e vizinhos para co­memorar com ele.


A Parábola da Moeda Perdi­da (15.8-10). Esta segunda parábola é paralela com a precedente. Aqui, é uma moeda de prata (drachme, cerca do salário de um dia para um trabalhador comum) que foi perdida, em vez de uma ovelha. Esta parábola focaliza uma mulher que mora numa casa do interior. Normalmente tais casas não têm janela; assim, tão logo perde a moeda, ela começa a procurá-la. Ela acende uma luminária e varre a casa, procurando cuidadosamente até encontrá-la. Ela fica grandemente alivia­da, e, como o pastor (v. 6), ela convida as amigas e vizinhas para um jantar de comemoração. A aplicação de Jesus desta parábola é semelhante à prévia, embora desta vez “há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” em vez de “alegria no céu” (v. 7). Ambas as parábolas se referem à alegria de Deus quando um pecador volta a Ele.

Jesus não quer que seus críticos fiquem sem entender. Como o pastor e a mulher, Ele procura os perdidos e recebe os pe­cadores que se arrependem. Sua missão é trazer tais pessoas em comunhão com Deus. Jantar com Jesus nunca é o bastante. O verdadeiro arrependimento é necessário para a salvação.

A Parábola do Filho Perdido (15.11-32). A terceira história conta a respeito de um filho que está perdido e, mais tarde, é encontrado. De todas as parábolas, esta história é a favorita de muitas pessoas.

A parábola retrata arrependimento, amor, perdão e alegria. Dá mais aten­ção ao amor perdoador do pai do que à volta do filho. Vemos o pecado do filho perdido, sua necessidade, sua volta e a reação do irmão mais velho. O propósito da parábola é mostrar a atitude do amor perdoador de Deus para com os peca­dores, acentuando a misericórdia divina que excede todas as expectativas. Ainda que não haja referência direta ao poder salvador da cruz, a parábola mostra o grande amor de Deus que o moveu a dar seu Filho pelos pecadores. O propósito salvador de Deus depende da cruz, e esta parábola descreve de maneira grandiosa o amor pelos perdidos.

A parábola abre com um homem que tem dois filhos. Desde o início, a história indica a relação do pai com os filhos. O pai representa Deuso filho pródigo representa os perdidos, particularmente os publicanos e pecadores; e o filho mais velho representa os hipócritas, como os fariseus, os doutores da lei e as pessoas na Igreja sem fé.

No começo da história, o filho mais jo­vem quer deixar a casa. Ele provavelmente estava nos últimos anos da adolescência ou era um pouco mais velho. Em vez de esperar até que o pai morresse, ele exige sua parte na herança (que seria a metade que o filho mais velho receberia; veja Dt 21.17). Habitualmente a propriedade não seria dividida até a morte do pai (Marshall, 1978, p. 607), mas o filho mais jovem a quer agora. O pai faz o que o filho lhe pede e divide os bens (bios, “meio de vida, sustento, subsistência”) entre os dois filhos. Neste ponto, o filho mais jovem decide que não quer mais morar na casa do pai, e o pai lhe permite partir com a herança. Deus permite que os pecadores se afastem se quiserem, embora sua bondade tenta levá-los ao arrependimento (Rm 2.4).

O filho mais jovem não apresenta as razões de seu pedido, mas seu desejo dos prazeres do mundo fica claro tão logo ele obtém controle da herança. Ele reúne tudo o que tem, provavelmente trocando por dinheiro vivo, e parte para um país distante. Ele faz uma quebra total de rela­ções, não deixando nada para trás que o fizesse querer voltar. Sozinho, ele começa a desperdiçar o dinheiro vivendo numa vida desregrada e extravagante. Jesus não dá detalhes, mas o original grego diz que ele espalha (diaskospizo) os capitais em muitas direções.

Depois de ter desperdiçado a herança mediante extravagância esbanjadora, ele tem de enfrentar uma catástrofe natural. Uma severa fome se abate sobre o país inteiro e aumenta as dificuldades. A co­mida fica escassa e, consequentemente, cara. Ele está a ponto de passar fome. Quando partiu da casa do pai, nunca lhe veio à mente que ele se acharia em tal necessidade desesperada. Não tendo nada que comer, ele arranja trabalho numa fazenda que cria porcos, os quais os ju­deus consideravam imundos (Dt 14.8). Nenhum trabalho era mais degradante a um judeu (Lv 11.7; 14.8; Is 65.4; 66.17), mas ele teve de fazer esta escolha para não morrer de fome.

Embora empregado, sua miséria conti­nua mais ou menos a mesma. Ele chega a desejar comer as alfarrobas que os porcos comem. Estas alfarrobas são o fruto daalfarrobeira, usadas para forragem e co­midas por pessoas extremamente pobres (Marshall, 1978, p. 609). Ele está propenso a comer comida de porco (embora a pas­sagem não diga claramente se ele comeu ou não). Ninguém lhe dá qualquer coisa que comer (v. 16). Quem quer que fossem seus supostos amigos quando ele tinha riquezas, agora eles não lhe oferecem ajuda. Sua condição é pior que a morte. Ele está perdido, experimentando o in­ferno na terra.

O jovem reflete em sua condição e cai em si (v. 17), reconhecendo que ele agiu mal. O sofrimento lhe faz enfrentar os fatos. Ele percebe que na casa do seu pai, os trabalhadores têm mais comida que podem comer, mas aqui ele está morrendo de fome. O pródigo se dá conta de que sua condição desesperadora é resultado do seu pecado. Ele não quer mais estar perdido e viver em tal lugar miserável. Ele resolve agir decisivamente e voltar para casa.

O jovem ensaia o que vai dizer ao pai: “Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores”. Em grego, “contra o céu” é um modo de falar sobre Deus. Ele pecou contra Deus e o pai por desobediência ao quinto mandamento (Êx 20.12). Ele reconhece que já não merece ser tratado como filho, mas espera que o pai o receba de volta como um dos seus trabalhadores. Seu argumento expressa humildade profun­da. Os pecadores não têm nada em que confiar, senão na misericórdia e graça perdoadora do Pai.

O pródigo se dirige para casa, não como filho exigente, mas como servo. De muito longe seu pai o vê se aproximando, mas não quer saber de tratar seu filho rebelde como trabalhador. Ao invés disso, o pai sai ao seu encontro. É óbvio que o ancião estava olhando e esperando a volta do filho. Ele fica tão alegre em vê-lo que sai correndo ao encontro do jovem. Com terno afeto, ele o abraça e o beija (kataphileo, que significa “beijar ardentemente”, sinal de que o pródigo já foi perdoado). Que boas-vindas inesperadas! Não obstante, o filho começa a fazer sua confissão, de­clarando seu pecado e indignidade de ser considerado filho do pai.

Mas antes que o filho peça para ser tra­tado como trabalhador, o pai o interrompe. Em vez de tratá-lo como trabalhador, ele quer restaurá-lo à plena filiação e tratá-lo como convidado de honra. O pai lhe dá a roupa mais bonita adequada para sua posição de filho, um anel, que simboliza sua autoridade, e sandálias nos pés, como sinal de homem livre (era apropriado só aos escravos ficarem descalços). Ele até ordena que o bezerro cevado, o qual foi alimentado cuidadosamente e poupado para ocasião especial, seja morto. Que ocasião poderia ser mais especial que esta? Requer uma comemoração completa, não apenas uma festa comum. “Porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado” (v. 24; cf. Ef 2.1). De fato, é maravilhoso como o Pai divino dá as boas-vindas aos pecadores arrependidos. Ele os recebe de volta sem fazer perguntas.

Entretanto, este não é o fim da história. O filho mais velho tinha ficado em casa e permanecido fiel. Mas como seu irmão, ele também está perdido, ainda que more no casa do pai. Ele estava fora trabalhan­do no campo; e quando volta, ele ouve música e dança. Uma comemoração está em pleno andamento, mas ele não tem ideia do motivo, até que um servo lhe explica: “Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo” (v. 27). É desnecessário dizer que o irmão mais velho fica ressentido com o pai. Ele se enraivece e se recusa a entrar. Esta reação representa o que os fariseus e escribas fizeram no versículo 2. Como o irmão mais velho, em seu orgulho e hipocrisia eles se recusam a entrar no banquete do Reino de Deus.

O pai também ama seu filho mais velho e não tem falso orgulho. Ele já tinha saído por um filho; agora ele sai e implora repe­tidamente (parekalei, tempo imperfeito) ao outro filho que entre e se junte à comemoração. O filho mais velho desabafa sentimentos que foram se formando ao longo de anos e mostra pouco respeito ao velho. Quase podemos ouvi-lo gritar que seu pai nunca apreciou o que seu filho maravilhoso tem sido. Ele tem sido um modelo de filho, trabalhando como escravo por seu pai durante muitos anos e nunca o desobedecendo. Contudo, o que o pai lhe deu? Nada — nem mesmo um cabrito (barato em comparação com um bezerro cevado) para que ele festejasse com os amigos.

Mostrando desprezo óbvio, o filho mais velho se refere ao pródigo, não como irmão, mas como “este teu filho”. Com muito orgulhoso e virtuosismo aos próprios olhos, ele fala que o mais jovem gastou o dinheiro do pai em prostitutas. Então ele acusa o pai de ser injusto: “Mataste-lhe o bezerro cevado” para o irmão que não é bom em nada. De nenhuma maneira o pródigo — pensa o irmão mais velho — merece este tipo de tratamento. Ele tem razão, mas ele não entende o amor de pai. Além disso, ele não compreende o que é perdão e compaixão.

Outra vez o pai toma a iniciativa, e sua resposta mostra grande compaixão. Ele poderia ter ficado indignado e denunciar o filho mais velho por suas palavras e atitu­de severas. Bem o oposto, ele permanece paciente, assim como foi com o filho mais jovem. Ele oferece ao filho mais velho, que também está perdido, a graça necessária: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas”. O filho mais jovem recebeu sua parte dos bens; o restante irá para o filho mais velho. Mas como os fariseus que criticaram Jesus por receber pessoas imundas (pródigas) e o forçaram a defender sua prática de comer com elas, o filho mais velho não percebe os privilégios que ele tem e força o pai a prestar contas pela festa que está comemorando a volta do irmão.

Mas festejar é a coisa certa a fazer, ex­plica o pai: “Era justo [edei] alegrarmo-nos e regozijarmo-nos”. Como eles não poderiam comemorar esta ocasião feliz? “Este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” Uma gran­de transformação ocorreu na vida, não do “meu filho”, mas de “este teu irmão”.

O pai não quer que o irmão mais velho menospreze sua relação com o pródigo. Algo maravilhoso aconteceu, e ele deve se juntar na alegria.

O pai ama ambos os filhos. Aceitar o filho mais jovem não quer dizer que ele rejeita o mais velho. O amor que Deus tem por publicanos e pecadores de ne­nhuma maneira nega seu amor pelos fariseus e os pecadores hipócritas. Tal amor do Pai celeste nos faz lembrar da natureza radical da graça divina. Estar perdido é perigoso, mas ser encontrado é questão de graça. Como o pródigo, algumas pessoas se perdem fugindo de Deus, mas não há lugar longe demais que impeça que a graça de Deus as en­contre. Outros, como o filho mais velho, se perdem quando ficam em casa e não veem a graça ao redor.

Podemos ver em nós mesmos o pródigo e o irmão mais velho. Como o pródigo, regozijamo-nos na graça acolhedora de Deus. Por outro lado, quando os indivíduos não vivem segundo os nossos padrões, podemos ficar críticos mediante hipocrisia, semelhante ao orgulho hipócrita do irmão mais velho e dos fariseus. Lembremos que todos estamos em desesperada necessidade de graça; não devemos ter dificuldade em dar graça aos que são indignos. O fato é que nenhum de nós merece a honra de morar na casa de Deus, então Deus tem de nos dar graça se queremos abrir caminho para o seu Reino.


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